Paz
Esvai-se, devagar, o dia solitário,
e sem sofreguidão, a minha paz degusto.
Não há temor ou dor, não há tristeza ou susto,
apenas o correr da vida e seu fadário.
Do sonho que sonhei em meu viver primário,
colhi o fruto bom, às vezes de alto custo,
no entanto percebi valor excelso e justo
quando da vida fiz altar e santuário.
Nas santas mãos de Deus deitei as esperanças,
em cálices de fé sorvi as minhas dores,
e o rito da oração tornou as horas mansas.
Esvai-se, devagar, a minha primavera,
mas guardo, com fervor, os votos precursores
e em Deus reconheci o amor que ao mal supera!