Franjas laranjas
O sol estende as franjas no infinito,
e as esperanças brilham nas varandas.
Passeiam sonhos entre aragens brandas,
ouve-se no ar um cântico expedito.
Despertam-se as roseiras e as guirlandas,
a vida acorda em ânimo inaudito;
parece-me dizer com ledo grito:
“Por quais destinos frios vais ou andas?
Não vês? O sol estende as suas franjas
translúcidas, alegres e laranjas;
já se extinguiu a noite mais sombria!”
Dispenso, ao longe, o meu temor noturno.
Os olhos brilham. Há um novo turno.
Os versos cantam! Pulsa a poesia!