+Cripturgo+ -versos decassílabos-
É por ter na minha voz, esre embargo
Por estes umbrais que daqui enxergo
A estalar o dorso quando me envergo
A gravar n'alma o peso deste encargo
Vou sentindo mais este gosto amargo
Desta minha morte, que ora postergo
Se cada golpe que sinto em meu tergo
Quão mais eu vivo, tanto mais letargo
Como um pesadelo qu'eu não expurgo
Tal com'um inseto, inda bem cripturgo
Qual bicho da seda, em casulo ao sirgo
É como em sonho sem um passo largo
Saber que de morte, será o meu cargo
À luz da estrela, que apagou em Virgo
Valdívio Correia Junior, 13/05/2024