O PECADO
Linhas de sangue num contrato assinado
Foi como um cadeado de diamante
E o que escorria sempre a jusante
Esgueirou-se sorrateira após o tratado.
A serpente, pasma com seu pecado
Ficou bem despida como uma amante
Rasgou-lhe as escamas no instante
Que viu seu choro venenoso ao seu lado.
Mas cai de pé depois das flores e vinhos
Talvez eu carregue às noites… sozinho
Talvez sua memória e eu fiquem siameses.
Eu só espero que no jubileu da liberdade
Pelos cânticos que arrastam a cidade
Tu encontres a maçã, mordida duas vezes.