O PECADO

Linhas de sangue num contrato assinado

Foi como um cadeado de diamante

E o que escorria sempre a jusante

Esgueirou-se sorrateira após o tratado.

A serpente, pasma com seu pecado

Ficou bem despida como uma amante

Rasgou-lhe as escamas no instante

Que viu seu choro venenoso ao seu lado.

Mas cai de pé depois das flores e vinhos

Talvez eu carregue às noites… sozinho

Talvez sua memória e eu fiquem siameses.

Eu só espero que no jubileu da liberdade

Pelos cânticos que arrastam a cidade

Tu encontres a maçã, mordida duas vezes.

Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 13/05/2024
Código do texto: T8061972
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