DEIXEM VIR AS DORES!
Deixem que venham todas as dores!
Numa urna de bronze esse estranho mal
Poentes de nácar são como as flores
Em trêmulas hastes de uma luz irreal!
Deixem que venham todos os sonhos!
Nos teus olhos de ouro – o meu solar...!
Nos teus palácios pobres e tristonhos...
Os meus brilhantes são contas a chorar!
Em fogueiras de cinzas deito o fulgor
Nas horas divinais do nosso amor
Nobres cortejos de gestos recolhidos;
Nesse Sacrário de Almas penitentes
O encontro triste das paixões ardentes
Alteia e doira o meu olhar perdido!