QUASE NADA

Ao longe percebo uma silhueta,

Tão minúscula vista à distância,

Percebo que se move às vezes,

Outras, parece inerte fragrância.

A incerteza ampliada dessa visão,

Reforça a nossa falta de crença,

E revendo, pouco acreditamos,

Até que essa ansiedade nos vença.

Esse pequeno algo, nos importuna,

Como em nosso olho o ínfimo cisco,

Colocando esta nossa vida em risco.

Esse quase nada presente, nos choca,

Acompanha-nos em enorme reboliço,

Sem que consigamos recobrar o viço.

2.024