Póstumo
Na morte da beleza tendenciosa,
Tenebroso espanto vil e sepulcral
Jaz na morada dos mortos, ociosa,
No sepulcro pluvioso um ser espectral.
Marmórea figura fria e escabrosa
Conto do tinhoso abjeto e infernal
Um coração títere do mal ciosa
Tez gélida nesta lama ocre e venal.
Um túmulo infinito e bem retido
No poeta lisboeta aqui banido
Intermináveis noites em Nix feitas.
Cortesã viciosa no ópio refeita
Ninguém pranteia o teu feitio lívido
Vermes que devoram o teu sentido.