MAREMO(R)TO(S)

É em ti o achado, pelo dedo

Numa acha que à praia deu sem pecha

A furar-te sentidos pela brecha

A comer-te dos olhos o segredo

É maresia, a entrada que desfecha

Como algas a bailar no mar, sem medo

Já se dão ao furor de um rochedo

No buliço das ondas toda a mecha

É de mim o fulgor de ventania

A rogar do desnorte da bacia

Pela foz onde emboca o rio-escroto

É de ti o clamor no doce grito

A gemer pela dor de um infinito

É de nós o morrer num maremoto

07-05-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 07/05/2024
Reeditado em 07/05/2024
Código do texto: T8058039
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