MAREMO(R)TO(S)
É em ti o achado, pelo dedo
Numa acha que à praia deu sem pecha
A furar-te sentidos pela brecha
A comer-te dos olhos o segredo
É maresia, a entrada que desfecha
Como algas a bailar no mar, sem medo
Já se dão ao furor de um rochedo
No buliço das ondas toda a mecha
É de mim o fulgor de ventania
A rogar do desnorte da bacia
Pela foz onde emboca o rio-escroto
É de ti o clamor no doce grito
A gemer pela dor de um infinito
É de nós o morrer num maremoto
07-05-2024