FUGA
O sentimento, outrora alucinado,
ferido pela tua indiferença,
procura o mel da lúbrica fervença
e a luz daquele riso abandonado.
Perdido nas entranhas do passado,
ainda me fustigo na presença
de imagens que me levam sem licença
aos braços da quimera, destroçado.
Quando chegaste, intensa, doce e plena,
fizeste minha vida ter sentido
e, de repente, tudo foi desfeito.
Agora, a madrugada me condena
a procurar o falso colorido
do sonho que me afaga assim que deito...