ANDORINHAS MORTAS

O meu sonho a evocar-se altivo e forte

Em coroas de ouro a palpitar delírios

Poentes de novembro doces martírios

Ao pó do esquecimento até a morte!

Nesse horizonte de bruma opalizado

Onde mergulho a alma lírica e pagã

Falenas entontecidas, flor da manhã,

Rosais celestes em canteiros sagrados!

Pus-me a fitar o efêmero, o nada,

Em ritmos fleumáticos, extasiada,

A miragem fugidia do meu jardim;

Mísero pungir dessa chaga aberta,

As andorinhas mortas, a vida incerta,

A esvair-se em sangue dentro de mim!

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 02/05/2024
Código do texto: T8055070
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