Não te permiti explicação

Não sei ao certo o que me queima o peito.

Eu não consigo distinguir, ao certo,

o que me deixa o coração aberto,

o que me queima tanto, desse jeito.

É muito forte, intenso, esse queimor

que sinto n’alma, como um fogo aceso

a devorar meu âmago indefeso

e perturbar a paz, gerando dor.

E me pergunto se não é castigo

esse queimor, pois eu não fui clemente,

eu te magoei, e não te permiti

explicação, não me importei contigo.

E agora, que o queimor me ofusca a mente,

eu já não sei se é justo o que senti.