chuva no sertão
O sertão está em festa, é despedida do verão
O sapo brota da terra, voa baixo o gavião
O raio despenca do céu, queimando a catingueira
O lambú da um piado corre a raposa matreira
Da chuva forte que cai, enchendo o cacimbão
Onde a Gia verdadeira, canta fazendo papão
E o campina canta muito, no galho do jenipapo
Dando açoites repicados, que anima o coração
Lá no recanto da serra, desce o riacho gemendo
A água chega com força, transbordando o rebentão
A passarada se espanta, com o tinido do canção
E o Céu da um pipoco, é o grito do trovão
Lá no meio da caatinga, se esconde um formigueiro
O vento forte balança, um pé de mandacaru
E nas folhas morta no chão, pula um sapo cururu
E a chuva renova a vida, das folhas do mulungu.