Abismo de dor
Você me transformou em um vazio
Uma cavidade profunda, uma pedra
Empurrou-me, sorriu da minha queda
Deixou-me sem fé, matou o meu brio
Jaz lá na planície, os meus pedaços
E o abismo me olha com muita ira
E eu que dedilhava a tua linda lira
Hoje recordo os teus beijos e abraços
Talvez os teus lábios entoem uma oração
E tua mão frágil se estenda ao céu
E da tua cabeça se erga em um véu
A tua palavra será sempre em vão
Sem ti e sem fé, eu olho para o nada
Só resta para mim o abismo de dor
Só olho para trás, meu futuro é sem cor
Chamo o teu nome, na curva da estrada
Alexandre Tito