Minha montanha

Escada para nuvens, a montanha

Descansa sob um céu de primavera,

E me leva pensar: aí quem me dera

Pudesse eu tecer, como a aranha,

 

Uma enorme teia ao infinito!

E assim realizar cruel façanha:

Calar dentro de mim a força estranha,

Que faz a poesia dar seu grito.

 

Quem sabe Maomé me dê a mão

E a montanha ouça o coração,

Que no meu peito pulsa impaciente.

 

Quem sabe Maomé venha até mim,

E eu possa dizer: até que enfim,

Deus me deu a montanha de presente.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/04/2024
Código do texto: T8052546
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