Fim de Noite
Ora, que o fim da noite antevejo,
Entre um gole e outro de cerveja,
Sinto que Poesia não deseja,
Amealhar as rimas do desejo.
Que o deus-da-noite guie e proteja,
O ébrio, o poeta, o insone...
O piano, a viola, o trombone...
E o viço da flor, quando viceja.
Ora, que o fim da noite me espera,
Como um botão de flor na primavera,
Eu espero encontrar a poesia.
Mas, se o fim da noite for mais cedo,
Vou inventar um sono de brinquedo
E pôr a poesia de vigia.