''Quem nos desviou assim, para que tivéssemos um ar de despedida em tudo o que fazemos? Como aquele que partindo se detém na última colina para contemplar o vale na distância- e ainda uma vez se volta hesitante, e aguarda- assim vivemos nós, numa incessante despedida.''
(Rainer Maria Rilke: Elegias de Duíno. Trecho 8ª elegia)
RÉQUIEM DE ADEUS
Um réquiem de adeus
Ao que fui em certos momentos de outrora
E ao que deixei para trás
Como alguém que parte na melhor hora.
Um réquiem a nossa própria vida:
Tão fugaz e transitória!
Hoje eu vejo que dela pouco posso esperar...
Livre, só almejo contemplar a eterna glória...
Parte da vida é um sonho de ilusão,
Embora guarde as suas primícias no meu coração:
A verdade das boas amizades e amores.
Um réquiem às esperanças dissolvidas
Que hoje em mim já não podem ser revividas
E que já não podem mais raiar os seus fulgores.