Vem, Amanhã, me socorrer

Acaba a noite. Outra vez me deito.

Sou inda o mesmo verme que ontem fui.

Há, palpitando, angústias, no meu peito,

No sangue, há saudade que se dilui.

Como um prédio antigo se desmorona,

Meus dias vão passando e igualmente eu passo.

Olho pra vida; ela é um circo sem lona,

Onde chove na plateia e no palhaço.

Quando terá fim essa madrugada?!

Quando virá um diabo que a carregue?!

(O sol deve estar agora na Austrália)….

Vem, Amanhã, vem, minha doce amada,

Vem me socorrer, antes que eu me entregue,

Ou pra sempre eu serei esse canalha!