XXI

A quem pertence a chave do Destino?

Que portas vão se abrir na vasta sala?

Estamos, todos, sob um ser divino,

Ou podem mesmo, os homens, controlá-la?

Se a força dos eventos tudo cala,

Por que sonhar o anseio vespertino?

Ainda tem valor a nossa fala,

Ou somos, meramente, um dançarino?

Que estúrdia cova cinge a humanidade!

Às margens infinitas da ruína,

Parece sempre amar a crueldade...

E a dúvida que segue, na surdina,

Já tange tantos séculos de idade:

Que portas abrirá quem nos domina?

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 25/04/2024
Código do texto: T8049453
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