À NOITE
É fim de tarde. Eu contemplo sozinho
todo o vermelhidão do sol poente...
Uma tristeza vem devagarinho
pousar, em mim, em meu olhar plangente.
Ah! logo faz-se noite... E de repente,
as andorinhas vão tornando ao ninho,
e, solitária, nos jardins da frente,
recolhe-se uma rosa entre os espinhos.
As aves, os insetos... Tudo volta,
quando do dia a última luz apaga...
À noite, tudo volta pro seu leito.
Até a saudade a voar, aí, a solta,
e que o dia todo pelo mundo vaga,
à noite, também, volta pro meu peito.