PORTO FIM

Chegar após derivas tantas - porto…

Meu velho coração, barco e quebranto…

Boiando, casco, gáveas… absorto

Às esperas do que lhe foram pranto.

N'água parada, estéril desencanto...

Garrafas emergindo , cartas - morto

Um mar, sem ondas tenta saber quanto

Tempo pra se morrer enfim - conforto.

Corais, o lodo, ninho de albatrozes

Nada mais dizem as sereias vozes,

Não há pr’onde voltar, nem vela ou vento...

E o horizonte erguendo-se parede

Invencível de paz e esquecimento

- Sem para tanta água qualquer sede

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 23/04/2024
Reeditado em 29/04/2024
Código do texto: T8048140
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