PORTO FIM
Chegar após derivas tantas - porto…
Meu velho coração, barco e quebranto…
Boiando, casco, gáveas… absorto
Às esperas do que lhe foram pranto.
N'água parada, estéril desencanto...
Garrafas emergindo , cartas - morto
Um mar, sem ondas tenta saber quanto
Tempo pra se morrer enfim - conforto.
Corais, o lodo, ninho de albatrozes
Nada mais dizem as sereias vozes,
Não há pr’onde voltar, nem vela ou vento...
E o horizonte erguendo-se parede
Invencível de paz e esquecimento
- Sem para tanta água qualquer sede