O fardo

Com uma leve brisa que me embala

E o tempo que me escorre pelos dedos

Sufocando-me as falas com segredos

Este mero receio, a vida cala

Sussurros doloridos vão à vala

Inundam-me as lembranças, velhos erros

Quando o fardo se agarra aos novos medos

De pensares perdidos neste nada

Nosso amanhã dissipa-se ao pó

Cegando-me a visão de toda a cor,

Envolve-me a garganta como um nó

E entre todos os males, esta dor,

Pena que levo tão triste, tão só,

Rasga-me o peito mais que vil amor.