Solitário

Este teu olhar tão frio e indiferente...

Machuca tanto, o jeito que me olhas

O que distancia tanto mais a gente

E fico confuso com nossas escolhas.

Tão triste estás, quando tu molhas

Com as lágrimas a tua face quente.

Tal um diário que arrancaram folhas,

Vejo o passado, não vejo o presente.

Então me ponho a procurar depressa

As páginas perdidas desse tal diário,

Mas o tempo, com muito mais pressa

Vai me conduzindo neste meu calvário

E vai me privando do que me interessa,

Até transformar-me num ser solitário.

Valladolid, 22/04/2024

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 22/04/2024
Reeditado em 28/04/2024
Código do texto: T8047498
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