Monólogo do seio direito.
Vivo a desmamar cruel saudade
de quando, junto a ti, compadecia...
Eu fui indene à patogenia
que mutilou bem mais que a vaidade.
Eu vi o sangue encher a cavidade!
Eu vi murchar o pomo ao meu lado!
Eu vi um viço inteiro sepultado,
depois de anos de cumplicidade!
Eu sou, dos dois, a túmida metade
que soma o percentil de morbidade
nas estatísticas do sofrimento.
Por um acaso, o seio direito,
que, hoje só, aplaca o preconceito
e a ador que ora sozinho amamento.