FATO HABITUAL
Raios solares atravessam a janela e abram meus olhos diretamente.
O vento vem pela janela afagar meu rosto em prol de um belo dia.
Morfeu sem dó tirou-me do mundo onírico. Evacuou minha mente.
A vontade roxa de beber café me arranca da cama sem hipocrisia.
A minha mente tenta me aliar com tempo e localização no espaço.
Querer tomar café não denota que ele esteja pronto. Faço a bebida.
Na primeira dose meu eu se une a minha lucidez num forte abraço.
Pronto. Posso celebrar cônscio uma nova aliança com a êmula vida.
Vou ao banheiro. Esvazio a bexiga. Limpo as tripas e tomo banho.
O dia hoje ensolarado aguarda pacientemente que eu deixe a casa.
O convite tinha que ser aceito. Não o aceitar é que seria estranho.
Dente escovado. Corpo limpo. Roupa decente. Grato por estar vivo.
O leão que tenho que matar a cada dia me aguarda. Não tem asa.
Se tivesse seria um grifo, ser mitológico. Meu rival é mais coercivo.
O FILHO DA POETISA