MÍTICA

Assim que ela adentrou na mata aconteceu muita coisa esquisita.

As flores recolheram suas pétalas e perfumes; além da vivacidade.

As aves não gorjearam. Asilaram nos ninhos. O silêncio crepita.

O arco-íris fica preto e branco, some do céu sem deixar saudade.

Isso me deixa encafifado. Ela aparenta ser uma humana normal.

Não traz nenhum objeto mágico, nem amuleto, nenhuma oração.

Será ela uma entidade mágica ou uma deusa do bem ou do mal?

Encho-me de coragem e vou atrás dela. Com dúvida, fico não!

Chego até ela. De tão linda me sinto o ser mais feio do mundo.

Diante de sua voz aveludada, firme, doce, colorida e afinada,

naturalmente emudeço. Ao olhá-la, sinto um torpor profundo.

Sentindo a falta de reciprocidade, ela foi simplesmente embora.

A retira da mulher enigmática fez minha catalepsia sumir do nada,

Que raiva! Tudo em vão! O mistério dela, como ser, ainda me devora.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 21/04/2024
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