CONSTRANGIMENTO

Ônibus cheio, mas eu estava confortavelmente sentado.

Atrás de mim, também sentada, tinha uma boa senhora.

Ela era idosa. Poderia ser até minha avó. Algo inusitado

Acontece com a velha. Como bom narrador contarei agora.

A anciã parecia resfriada e com vontade enorme de espirrar.

Não queria liberar o espirro e para segurá-lo fez muitas caretas.

Só que o espirro venceu a batalha e veio a liberdade conquistar.

Graças a cinesia facial, as dentaduras saíram nada discretas.

As desgastadas próteses dentárias Pararam perto do motorista.

Todos riram, menos a recém banguela. Paro de rir. Como altruísta,

Saio do meu lugar. Mesmo espremido, vou buscar as dentaduras.

São suas. A longeva põe as dentaduras. Mal as limpas no vestido.

Gente, parem de rir. Estão sendo cruéis dentro do fato acontecido.

Desculpem-se a vexada senhora. Agiram como as vis das criaturas.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 21/04/2024
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