Cansado da vida o bardo se cala,
Não sente mais o amor como outrora!
Toda a alegria d’alma foi-se embora,
E solidão é a canção que o embala!
Sua lira é sem endereço agora,
Pois, sem rumo, de ninguém hoje fala!
Porém, o aroma do ontem inda exala
E perfuma a dor que no peito ancora!
Mas o amor não é desejo ilusório,
Nem sentimento fugaz, transitório,
Como a estulta paixão sem valor!
Por isso é que nele ainda acredita
E o espera! Sem ele a vida é desdita,
É jardim sem flor, pintura sem cor!