UM SONETO AO PORTO SOLIDÃO

 

Ao Zeca Bahia, ao Ginko

e ao inesquecível Jessé

 

Nem um veleiro repousou na palma

Da minha mão; frustrou-se o sentimento

Que não soprei e que se foi com o vento

Perder-se nos meandros de minh'alma;

 

Junto ao meu coração, mar violento,

Açoitado pelas ondas, (ó trauma!)

Dos poetas mortos em doce calma

Jazem os versos que têm no acento

 

Segredos de amores naufragados

Que nem o tempo pôde destruir

No fogo da paixão, sacramentados!...

 

Veleiro algum!... Nada!... Tudo é Não!...

E eis-me aqui, tão triste, tão só, a ouvir

Os lamentos do Porto Solidão!

 

Melgaço, Pará, Brasil, 5 de março de 2012.
Composto por Jayme Lorenzini García
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