A Caveira
Uma caveira horrenda, no abandono,
Erguendo-se da terra onde dormia
Junto a meu leito, pálida, sorria
Dos pesadelos tristes do meu sono.
Ficou-me horas do seu negro trono
- Enquanto eu, pálido de horror, tremia -
A olhar-me pela órbita vazia
Como se fosse o meu severo dono.
E sem ligar pras preces que, tremente,
A debater-me em pânico eu fazia
O mostro aproximou-se calmamente
Fechou-me os olhos co'a falange fria
E fez-me adormecer completamente
Do sono em que jamais acordaria.