Espectro humano, sedutor viril

de forma avantajada brinda e encanta,

oferta sensual e tão servil,

orgasmo que ao clitóris se levanta.

 

 

É carne forte! Território hostil

e bem trabalha de manhã à janta.

Vitalidade pura e juvenil

que a Vênus seu desejo-mor suplanta.

 

Em priscas eras certo régio falo

foi comido por peixe ou crocodilo,

sensível faro, foi pelo gargalo.

 

 

Mas, Ísis remoldando um falo em pires,

em ouro, em lazulitas, em berilo,

ressuscitou p'ra sempre o deus Osíris.

 

 

 

Sobek

favoritos

Sobek era o deus-crocodilo dos Antigos Egípcios, sendo representado ora como um crocodilo (colocado num altar ou santuário) ou então como um homem com cabeça de crocodilo, muitas vezes, neste caso, ostentando uma coroa com duas grandes plumas, o disco solar e uma ou mais uraeus (serpentes sagradas). Os seus principais centros de culto no Antigo Egito eram dois: Fayum e Kom Ombo. Fayum, antes Shedjet, ficou até conhecida como Crocodilopolis ("cidade do crocodilo", em grego, junto a Medinet el-Fayum), junto ao lago com o mesmo nome a Oeste do Nilo, numa região onde aqueles répteis eram extremamente abundantes no Egito faraónico. Como o eram em Kom Ombo e em todo o Alto Egito, surgindo vários santuários dedicados ao culto de Sobek. Além daqueles dois centros principais, recordemos também Esna, Gebelein e Gebel el-Silsila. Nestes templos existia anexamente, muitas vezes, um tanque com crocodilos sagrados, além de mumificações dos mesmos, como ainda hoje se pode ver em Kom Ombo, por exemplo. Sobek estava ligado ao culto do rio Nilo, da divinização da água, tendo por isso clero e rituais próprios. O seu culto foi particularmente ativo e predominante nas XII e XIII dinastias, na transição do Império Médio para o Segundo Período Intermédio, por volta dos séculos XVIII e XVII a. C., com vários faraós com onomástica dedicada ao deus, como Sobek-hotep III e IV (XIII dinastia, c. 1795-c. 1650 a. C.) ou Sobek-neferu. Sobek-hotep significa, curiosamente, em antigo egípcio, "Sobek está satisfeito" ou Sobek-Neferu, "É belo Sobek". Sobek foi assimilado a Amon e a  (Sobek-Rè) a partir do Império Médio, o que revela o seu culto crescente e importância no panteão egípcio e nos cultos mais relevantes na civilização egípcia coeva. Mesmo no período Ptolemaico (332-30 a. C.) se manteve a tradição do seu culto, assimilando-se Sobek ao deus solar grego Hélios. De referir que foi durante esta época de dinastias helénicas no Egito que se fizeram vários templos dedicados a Sobek, ou melhorados outros antigos, como sucedeu em Kom Ombo, edificado no Império Novo mas renovado entre 221 e 205 a. C., por Ptolemeu IV Philopator. A Sobek, do ponto vista religioso, prestava-se um culto associado aos seus poderes de fertilidade (por representar um animal da água, do Nilo, logo da criação do Egito e do mundo) e proteção da gravidez, embora também com relação com a morte e o enterramento, por ser um necrófago. A sua faceta negativa reportava-o, porém, a Set, irmão traidor de Osíris e assassino deste. Acreditavam, alguns Egípcios que Sobek, em forma de crocodilo, foi o devorador do pénis de Osíris, ligando o deus réptil a uma ideia de terror e aniquilamento. Mas como o Sol que todos os dias saía da terra e se elevava no céu, também todos os dias o crocodilo saia da água, relatavam os egípcios, logo associando Sobek ao deus primordial , como ao ressuscitado Osíris.

Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$sobek#:~:text=Acreditavam%2C%20alguns%20Eg%C3%ADpcios%20que%20Sobek,ideia%20de%20terror%20e%20aniquilamento., em 09/04/2024.

ROGER BUENO e Rommel Werneck
Enviado por ROGER BUENO em 08/04/2024
Reeditado em 09/04/2024
Código do texto: T8037611
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