SONETO DO SAXOFONE

Que dizer do cachimbo invertido,

Não na forma mas, do ar, a direcção;

Se um é fumo e fora a combustão,

Outro é dentro (o ardor!), sopro sentido!

Não nefasto, esse beijo de emoção,

P'los lábios como vento impelido,

A vazar p'la palheta, espremido,

Em busca da perfeita vibração...

É p'lo ar, toda a mágica investida,

A escapar pela chave prometida

Que, tão breve, liberta a sapatilha!

E profuso o som, tão encorpado,

Brota do cone, em brilho tão dourado,

Num poema, ao ouvido, maravilha!

08-04-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 08/04/2024
Código do texto: T8037391
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