SONETO DO VIOLINO

Parece musa, tão bela, tão esguia,

A alongar pelo corpo, os cabelos,

Além do doce peito, em desvelos,

Até às ancas claras; ousadia!

E o poeta, de breu a humedecê-los,

Prepara o caminho à melodia,

Afina em cuidada pontaria,

O tom perfeito para os seus anelos!

Já de arco em punho e assente o queixo,

Segura-se à crina, sem desleixo,

Cavalgando a musa, com doçura!

E a música flui, de tantos desejos,

Em gritos que aos ouvidos são lampejos,

No mais fiel louvor à partitura!

08-04-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 08/04/2024
Reeditado em 08/04/2024
Código do texto: T8037076
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