SEM NADA PRA DIZER
Quando inicio um novo soneto,
Ainda não sei o que vou falar,
Se de algo novo ou obsoleto,
Só sei que o tema logo vai pintar.
Ao chegarmos ao segundo quarteto,
O leitor até pode reclamar.
Dispondo de tão grande alfabeto,
Palavras é que não irão faltar.
Mas eu posso, se quiser, simplesmente,
Resolver fazer algo diferente:
Um poema, sem tema e sem assunto.
Só para ver se alguém chega junto,
E na crítica, em seu comentário,
Brada: Não queira nos fazer de otário!