ECOS DO PASSADO

ECOS DO PASSADO

                     

                                        a Florbela Espanca  

Sou aquela que de alvor anda exaurida.  

Caminhante que no mundo não tem norte.

Entre a pena e o papel, sou foragida

em vivências que ocorrem à própria sorte.

Não sei bem como domar tamanha ânsia,

que às vezes, feito fera, me consome.

É que brota no meu peito uma abundância

e ao reverso, continuo a sentir fome.

Nessa busca de um amor que me abasteça,

quiçá possa almejar mais do que mereça,

por nutrir sentimentos tão controversos...

Talvez seja o meu destino seguir só,

mas não creio que minha sina há de ser pó.

Eis que existirei nos ecos dos meus versos.

(Releitura do poema "Eu" da Florbela Espanca)

AndraValladares
Enviado por AndraValladares em 05/04/2024
Código do texto: T8035576
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