Contando estrelas

Quando desfolho a noite e conto estrelas

é como se nas minhas mãos guardasse

a dádiva inefável de retê-las

além da imensidão, num ébrio enlace.

É como se eu pudesse convertê-las

em sóis no céu de um triste desenlace

e assim redescobrir o riso pelas

lentes azuis de um sonho sem impasse.  

É como se guardasse a primavera

e o resplendor das tardes venturosas

nos íntimos da dor que em mim coubera.

É como se no amargo dos poentes,

contando estrelas eu colhesse rosas

e as rosas fossem beijos veementes.

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 04/04/2024
Reeditado em 04/04/2024
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