Vozes cegas
O mugir das nervosas e cegas vozes
Orquestra o ritmo da vã cidadania
A fazer dançar a frágil democracia
No embalo dos seus mitos algozes
A razão, envergonhada, nada ferida
Num mar de tolices, insanidades
Afoga-se na destemperada realidade
Segue sem forças, nua, despida
Numa “idiocracia” dos falsos sentidos
A ordem é ouro de tolos dos bandidos
A corromper e corroer a nação também
Alimentam ao extremo o tempo perdido
O seu “eu” segue obscuro, enrustido
Ou não se conhece cidadão de bem?