MINHA INFÂNCIA

Uma casa grande à beira da estrada
Em frente o açude, a serra no horizonte,
Ao norte o engenho, mais embaixo a fonte
Do outro lado a plantação cercada

Papai sentava na espreguiçadeira
As meninas cantavam uma canção
Mamãe passava um pano no fogão
E depois descansava na soleira

Nós meninos corríamos no terreiro
Gastando toda a nossa energia
Só pra ver quem era o mais ligeiro

Tu não crês na ventura? ela existia:
Ali naquela casa, meu lar primeiro
Onde eu era feliz e não sabia.