MORRER OU RENASCER
Provasses de mim, a dor, por fascínio
À saudade que urge, sem clemência,
A adocicar-te a alma, com ardência,
Enquanto a montanha vê declínio...
Provasses, ela em ti; incongruência!
E que tão doce fosse, em teu domínio,
Correndo, pelo fluxo sanguíneo,
Como um ópio, próprio da demência!
Pudesses e assim talvez soubesses,
O quanto fazem falta, olhos esses
Brilhando, frente aos meus, como poesia!
Mas quedo-me aqui, sem saber quando
Me chega, o fim, que triste eu demando:
Morrer...! Ou renascer, em ti, um dia!
03-04-2024