TALVEZ (JÁ) SEJA AMOR

Solta o canto, pranto que te esvazia,

Na chama onde flutuas sem destino

E perde-te na luz do vespertino

Que é quente, o tom em ti, até ser dia...

Abraça o dorso vivo, clandestino,

Entrega-te, de alma, à primazia

E finca-lhe as veias, de rebeldia,

Até que expluda a noite em desatino!

Soletra-lhe o grito estrelado

Que te dissolve a fúria e desabado

Escava-lhe os lábios em clamor!

Talvez sintas o cru, descompassado,

Talvez queimes a dor, desagregado...

Talvez essa paixão te seja amor!

02-04-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 02/04/2024
Reeditado em 02/04/2024
Código do texto: T8033064
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