SOMENTE ALMAS

Somente basta-me que te renegues.

E nos enterres em bojo sangrento,

Da cabal desilusão - sim - consegues!

Soterrar, esvaindo, esquecimento.

Cáustica decisão inconcebível,

Quando do olhar veio o sonhar,

E com dadas mãos, não despedível...

Lembra? Um do outro - juras - de cuidar.

Paixão febril que adorna camuflando,

Do acasalar, a breve eternidade.

Intensidade que floriu amando.

Resta-nos da plena felicidade.

Um mútuo tesouro, iluminando,

O lapso sutil carnal, em saudade.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 29/03/2024
Código do texto: T8030587
Classificação de conteúdo: seguro