SOMENTE ALMAS
Somente basta-me que te renegues.
E nos enterres em bojo sangrento,
Da cabal desilusão - sim - consegues!
Soterrar, esvaindo, esquecimento.
Cáustica decisão inconcebível,
Quando do olhar veio o sonhar,
E com dadas mãos, não despedível...
Lembra? Um do outro - juras - de cuidar.
Paixão febril que adorna camuflando,
Do acasalar, a breve eternidade.
Intensidade que floriu amando.
Resta-nos da plena felicidade.
Um mútuo tesouro, iluminando,
O lapso sutil carnal, em saudade.