APENAS OUTRA FACE...
Era um corpo, era um gozo, tudo enfim,
Era paz consolidada, era tudo brilhante,
Quem me olhasse, logo te via em mim,
Sem pressa, mas sempre num instante.
Era um todo, era parte, um fio sem fim,
Era vida e levada, e era tão contagiante,
Quem a ti falava, escutava o querubim,
Um amar de riba a baixo, tão delirante.
O Que ficou na minha face, olhar infame,
Quem hoje pergunta, só me vê distante,
Com o olhar furtivo, sem emitir um som.
Enxergando outra face, algo que inflame,
Mas sem aquele brilho natural de antes,
Em que nada lembra tudo que foi bom.