Velhos medos
Quarta-feira de Cinzas, tantas dores!
Findou-se o carnaval, as alegrias.
Retorno às minhas noites tão vazias,
longas horas de densos dissabores.
Recolho as minhas rotas fantasias,
e volto à solidão, em tristes cores.
Farrapos de amizade, vãos amores.
Sonhos que duraram por três dias.
Silenciados todos os folguedos,
Volto, inseguro, aos meus antigos medos,
a caminhar descalço sobre as brasas.
Desejo, agora, ao longo desta estrada,
um sol que faça alegre a caminhada
e, aos velhos sonhos, traga luz e asas.