UM ODE A LOUCURA

No mundo da lua vive uma mãe tristonha,

Depressão pós parto, sem alegria, sem razão,

Perdida em sua tristeza, sem direção,

Vendo os filhos crescerem longe, a vida lhe é risonha.

Entre remédios e feitiços em busca da cura,

Na busca desesperada por um alívio, por um alento,

Viveu uma vida horrenda, sem sentir o tempo lento,

Sem poder se entregar ao amor que a tritura.

Oh mãe que sofre em silêncio, sem reação,

Presença ausente na vida dos filhos amados,

Presa na própria escuridão sem compaixão.

Não houve luz, nem esperança a iluminar seus caminhos,

Nem pode, do seu dia enfim, ser libertada,

De toda dor e tristeza que a consumiram devagarinho.

Oh, alma humana, tão vasta e complexa,

Mistério que desafia a razão,

Em tuas profundezas se revela o reflexo

Dos sonhos, dores e anseios em vão.

Em teu âmago, abrigas a grandiosidade,

Que nos faz transcender as limitações,

Mas também a vulnerabilidade,

Que nos leva às profundas ilusões.

Às vezes suportas dores infinitas,

Que nos fazem questionar a existência,

E outras, te recolhes em teias bonitas,

Da ilusão que confunde a consciência.

Oh, alma humana, tão rica em contradição,

Que nos desafia a entender a razão.

Nos momentos em que chegamos ao limite,

Os suspiros pesam, o peito aperta,

Supurações internas, a alma grita,

E o peso da culpa nos consome, triste.

Ultrapassamos todos os nossos limites,

Sem medir as consequências, sem hesitar,

E sucumbimos ao mar de obscuridades,

Sem forças para resistir, sem voltar atrás.

Nesses momentos de pura desolação,

Refletimos sobre nossa própria ação,

E percebemos que não há mais salvação.

Resta-nos apenas aceitar a dor intensa,

De ter ultrapassado todos os limites,

E enfrentar as consequências sem clemência.

Ó alma humana, labirinto profundo,

Onde se entrelaçam emoções ardentes,

Teu sentir complexo, sempre fecundo,

Nos leva a extremos, a momentos latentes.

Aprisionados, nos vemos em desespero,

Cercados por sombras, sem vislumbrar saída,

Mas também permitimos, com destemor,

Ir além do que achamos ter medida.

Desbravamos terras desconhecidas,

Encaramos o medo, enfrentamos as dores,

E nos perdemos em nossas próprias vidas,

Descobrindo novas cores e sabores.

Em cada passo, em cada escolha, a consequência,

Que nos leva ao limite, à resiliência.

Em busca dos limites do nosso ser,

Exploramos as profundezas da alma,

Pontos de ruptura, onde queremos ver,

Onde a dor se transforma em calma.

Desafiando o desconhecido, seguimos,

Em busca de compreender a essência,

Que nos impulsiona, que nos abriga,

Em cada passo, em cada experiência.

Convido-te a uma jornada intensa,

De autoconhecimento e reflexão,

A encarar nossos medos com presença,

E a encontrar na dor a redenção.

Nos desafios da vida, nos encontrar,

E nos superar, sempre a avançar.

Em versos de nobreza e perfeição,

Busco expressar as emoções mais profundas,

Que nos levam a explorar a solidão,

E a enfrentar nossas próprias fundas.

A força humana, frágil aparente,

Se revela na luta do viver,

Na busca constante por algo latente,

Que nos faz transcender e renascer.

Vulneráveis somos, em nosso âmago,

Diante dos desafios que enfrentamos,

Mas é na dor que encontramos o afago,

Que nos guia nos caminhos que trilhamos.

Que este soneto nos faça refletir,

Sobre a complexidade de existir.