PEÇA DE MUSEU
(Soneto escrito como interação ao PILÃO, do poeta
Piauiense Armengador de Versos)
O nosso pilão é obra de arte,
Por mãos indígenas foi produzido.
Nele, o que será que foi moído,
Em tempos de setas e bacamarte?
Foi feito de pedra (será de Marte?).
Seu corpo é parecido com um sino,
E a mão, de pedra, lembra um pepino.
Outro igual não se encontra em qualquer parte.
Já cogitei doar para um museu,
Que o guardaria melhor que eu,
Mas cadê tempo para o tal gesto?
Enquanto isso, não dou nem empresto,
Reconheço que tem o seu valor.
Quem sabe irá comigo quando eu for.