Quinta-feira
A véspera da sexta, a quinta-feira,
Parece não ter nada atraente!
Mas para, como eu, alguém que sente
O perfume da flor que já não cheira,
A quinta-feira é muito diferente
De qualquer outro dia da semana.
Pois é o dia que da mente emana
O que, na sexta-feira, há na mente.
Se hoje é quinta-feira, meu amigo,
Amanhã vou pagar o meu castigo,
Apesar de não ter como pagar.
Vou tirar o meu vinho da adega,
Escrever, sob a luz, em letra cega,
Um soneto capaz de enxergar.