O DIABO EM PESSOA
SONETO III
Oh, fiel iludido, que em sua crença cega
Acredita em promessas sem sentido
Pregadas por um pastor que só enreda
A alma ingênua em um falso pedido
Em busca de uma casa celestial
Você se entrega sem questionar
E paga suas prestações sem mal
Sem perceber que é apenas um ludibriar
A verdadeira fé não é negócio
Não se compra com dinheiro ou ilusão
É um sentimento puro, sem sócio
Não se deixe levar por essa enganação
Procure a verdade em seu coração
E encontre a verdadeira salvação.
SONETO II
Nas aparências há o véu do engano,
A mascarar a essência verdadeira,
Aquele que aceita é o soberano,
Que enxerga além, mente alguma obreira.
Pois quem se deixa pelo olhar levar,
Não enxerga a grandiosidade interna,
A beleza real, o verdadeiro olhar,
Que transcende a visão externa.
Aceitar ver além é virtude rara,
É sair da superfície enganosa,
E mergulhar na profundidade clara,
Daquilo que a alma verdadeiramente goza.
Assim a ilusão se desfaz no ar,
E a verdade surge para clarear.
SONETO I
O demônio, astuto e dissimulado,
Jamais se mostra em sua verdadeira essência,
Se faz de santo, de coitadinho aclamado,
Para disfarçar sua diabólica aparência.
Engana as almas com falsa caridade,
Usa do vitimismo para manipular,
E mesmo em meio à sua vil maldade,
Jamais assume seus erros, para não se humilhar.
Assim também são certas criaturas,
Que se fazem de vítimas, de coitadinhos,
Mas por dentro alimentam suas agruras,
Com soberba e egoísmo, tais caminhos.
Que cesse esse ciclo de falsos lamentos,
E que a verdade vença os enganosos argumentos.