VÍTIMA
Se a pá que revolve a areia,
A marreta causa-nos estrondo
Somos a inércia que permeia,
E a cratera que amplia o rombo.
Se o alicate que nos aperta,
A tesoura causa-nos as feridas,
E mutilados de chaga aberta,
Somos então as causas perdidas.
Se a lâmina fria na fronte,
A um golpe certeiro nos decepa,
Estamos vencidos aos montes.
Se a chave não nos liberta,
Ainda nos aprisiona também,
O encarceramento nos acerca.
2.024