POETA NA RETRANCA. Poema "soneteano"
Versos: 14 decassílabos.
POETA NA RETRANCA
Autor Valdir Loureiro
Sempre estou sendo achado em flagrante,
Escrevendo um poema concentrado.
Quem me vê junto à mesa, eu reservado,
Pensa logo em um estranho delirante.
Na retranca, sou eu mais um amante
Da poesia que mora no meu peito;
Dorme comigo e acorda-me no leito;
Ou me inquieta, ou me serve de calmante.
Se me vissem, botando verso em ordem
Antes dos passarinhos que se acordem,
Então diriam: "Esse é um lunático...".
Mas ah como eu me sinto bem assim
--- A pensar nas pessoas e em mim ---,
Sem extremo dinâmico nem estático!