Uma janela para o sol
Minha janela abraça o sol poente,
Com as malhas da rede que a protege.
O céu mistura vários tons de bege,
Enquanto eu pinto um mundo diferente.
Minha janela olha, vê e sente
O pôr do sol tornar-se poesia,
Enquanto a noite rouba a luz do dia,
Mas há de devolvê-la brevemente.
Minha janela aluga-me a retina,
Sem trava, sem ferrolho, sem cortina...
De graça, sem aval de fiador.
Por ela minha alma ganha o mundo
E, numa fraçãozinha de segundo,
Espia o céu, até o sol se pôr.