A Piedade Não Morre, o Seio que Se Mata é o penúltimo soneto de uma saga poética minha, chamada Perfuratrix. Conta a história de Dio Carinhato, uma atriz abortiva. Se gostar do soneto googleie o livro está na Uiclap, apenas 25 reais.

 

 

 

Quero escrever de tal forma que meu poema

Seja um enigma de monumental Guizé

Que a esfinge lá residente seja uma pena

E meus batimentos do coração a tal fé

 

Quero que esse maduro, lúdico, poema

Pesado nas vis inalcançáveis balanças

Atire ao abismal labiríntico sistema

Corda a desafogar do lamaçal, quem cansa

 

Para fugir deste quimeral minotauro

Que também devora pesado sopro áureo

À alma desfalecida do do peito inepto

 

Quero poema sobressaindo teus afetos

Que aos meus pródigos piedosos herdeiros

Lembrem: piedade dura, mas mata os seios!